5 de ago. de 2009

Quem vê cara...

Bom galera estou meio ausente daqui não é? Mas será que alguém acompanha isso aqui? huhu..

Ultimamente tenho pensado em escrever sobre algumas coisas pessoais. Tenho recebido algumas críticas e feito auto-críticas que queria compartilhar. Mas vou pincelar sobre uma que eu as vezes acho engraçado, mas as vezes me incomoda. É quase um mini-desabafo.

Mas pensei em escrever sobre isso porque outro dia encontrei com uma pessoa que me conhece pouco. Até acho que esse foi o primeiro dia que trocamos mais que duas frases. E no meio da conversa a pessoa me solta uma coisa que tenho escutado sempre depois dos meus 18 anos: "Eduardo, você é metido demais, esnobe, estrelinha..."
Logo em seguida perguntei "Mesmo? Você acha? Mas assim, porque você acha isso? O que eu faço pra que você tenha essa opinião?" E a resposta nesse caso foi como em 90% das outras vezes "Sei lá.. você parece, você tem cara..."

Justo eu que passei minha adolescência inteira morrendo de vergonha de sair na rua pq minha cara era um chockito ambulante e todo mundo zuava com a minha cara? Mal tinha coragem de falar com as pessoas. E ainda hoje tenho medo de falar com as pessoas. Mas graças a Deus as espinhas se foram, agora é só mesmo a cara cheia de buraco. Ou como ADORAM falar por aí: areia-mijada.

Bom, eu já não me importo mais um monte de gente pensar isso. Quem me conhece mesmo sabe como eu sou e o mais importante: eu me conheço como eu sou. Mas mesmo assim ainda queria entender direito o que me faz "ter cara de esnobe".

Será que é pq eu tenho alguns umas "nóias" e sempre fico na minha na maioria dos ambientes? Assim.. Eu sou extremamente tímido. Não gosto de invadir ou de me intrometer onde não sou chamado. Tenho essa preocupação constante. Então na maioria das vezes, principalmente quando não conheço as pessoas, eu prefiro ficar na minha. Confesso que não sou de chegar no lugar e sair brincando, conversando, pegando, abraçando, falando que adora, que ama, etc. E não acho nem um, nem o outro certo. Acho apenas que são jeitos diferentes de ser.

Será que é por eu ser reservado? Por não abrir mesmo muito minha vida e ser mais reservado sobre o que falar dela pra todo mundo?

Não sei.. pode ser. Mas daí isso ser metido ou esnobe?
Minha concepção sobre esse termo é diferente e por isso eu fico um pouco chateado as vezes qdo falam isso pra mim. Sempre trato todos com educação, tento sempre deixar os outros a vontade, tratar todo mundo igual, não me intrometer e fico na minha. Justamente pra não correr esse risco e parece que isso acaba fortalecendo esse tipo de pensamento nas pessoas. Pra ajudar isso tudo acabei me tornando vocalista de uma banda. Pronto! Isso já é o bastante pra se tornar metido. Se você é o vocalista, logo você é metido e exibido. O que mais uma vez discordo profundamente (não só em relação a mim).

Mas até aí eu entendo, mas não concordo. Entendo porquê esse tipo de impressão da pessoa, depende de momento (vai q eu tava griladão na hora), depende de estereótipos (como no caso do "ser vocalista"), etc. Também pode ser esse meu jeito mesmo mais “low profile”, essas minhas nóias de achar que está incomodando alguém e ficar na minha ou essa minha timidez/medo excessivos. Não concordo porquê pra emitir um julgamento assim eu preciso conhecer a pessoa melhor. Mas claro.. isso eu, né?

Mas a parte que me incomoda é a parte do por eu ter o estereótipo de metido eu ser “proibido” de algumas coisas. "Proibido" de sentir orgulho/felicidade de algo que agente faz. "Proibido" de se sentir feliz. "Proibido" de receber elogios ou de se fazer elogios a mim mesmo.

Isso realmente me incomoda.

Quando eu falo em “proibido” é que toda vez que algo assim chove gente falando que eu sou esnobe, metido, etc. Se eu acho que eu sou um bom jogador de peteca (o que não é o caso hehe) eu sou 10x mais metido. Porque como já “sou metido” se eu me elogio é assinar embaixo. Aí a pessoa já comenta: "Olha lá.. tá vendo! Não falei q o cara é metidão." Se eu me sinto feliz sempre tem um neguinho “Ih, mas ta metido ein?”

Ah e claro já ouvi várias vezes: "Eu nem gosto de falar isso pra você, pq vc já é todo cheio de si. Mas foi bacana tal atitude sua." Poxa, a pessoa vai te fazer um elogio e antes disso tem que dar uma criticada. Além disso tem gente que não abre pra elogiar, mas só pra te detonar. Sabe aquelas que precisam te diminuir sempre perante as outras? (assunto pra outro post).

Meses atrás eu ouvi que eu era metido porquê quando acabou um show eu fiquei sorrindo demais pras pessoas. Ri muito depois disso também.. hehe

Se eu comentar então de relação homem x mulher aí lascou! Você não se interessar por alguém que te “deu moral” é um PECADO! É o atestado de metidez. Pra ser humilde tem que dar moral pra todo mundo e, pra ser o Sr. Humildade, tem que pegar todas.

Sei lá. Acho estranho. Muitas vezes sinto falta de poder fazer, falar, receber cumprimentos e elogios, etc sem despertar esse tipo de julgamento o que acaba me podando várias e várias vezes.

No fim tudo isso deve ser uma bobagem. Eu tenho mesmo que aprender a aceitar melhor tudo isso e deixar pra lá esse tipo de coisa.

Enquanto isso, vou desabafando aos poucos. =)

Cheers!

21 de jul. de 2009

É disso que eu estou falando!

E aí moçoilas, fimose?

Hoje não vou filosofar, não vou criticar ninguém nem ponderar sobre os catetos do quadrado da hipotenusa que fazem a Terra girar como de costume. Vou só comentar do show da banda Justo! no fim de semana em Barra do Garça (MT)/Aragarças (GO).

Pra quem não sabe sou vocalista/guitarrista da banda de pop-rock Justo! (merchan -> www.bandajusto.com.br) e fomos fazer pela primeira vez um show tão longe de nossa base (Goiânia, GO) e assim, para um público totalmente diferente. Já fomos tocar em Caldas Novas, mas como é bem mais perto, sempre tinha uma galera nossa daqui que nos acompanhava. Desta vez éramos apenas nós entrando em contato com um público totalmente novo.

Mas esta festa é tradicional na região e eram esperadas em torno de 2.500-3.000 pessoas (nessa parece que chegou a mais de 4.000). Aí sim, o maior público para nós.

Isso tudo era estimulante: novo público, público “bem” maior, palco maior, iluminação, etc e claro a pressão e responsabilidade também eram bem maiores.

E não vou negar estava nervoso, estava ansioso e me questionava o tempo todo. Questionava não se eu ia dar conta, mas como é um público novo, como riai ser a recepção. Eram 3.000 pessoas, será que elas iriam estar respectivas e PERMANECER receptivas? Será que conseguiríamos atrair a atenção das pessoas totalmente desconhecidas por 2 horas? Isso não é fácil e está longe de implemesmente saber tocar ou a banda estar ensaiada.

E por essas coisas a semana inteira estava focado nisso. Entenda focado e não bitolado. Sempre que podia estava pensando em como aproveitar o espaço que teria, em como dissipar a energia que sinto quando estou em cima do palco me apresentando (que é um assunto que eu quero falar dele ainda aqui). Assisti muitos DVDs/vídeos de bandas que gosto tentando extrair os comportamentos que me fazer gostar do que eles passam. Assisti vídeos de apresentações nossas antigas tendo extrair também coisas que eu considero bacana.

E com o pensamento no show, virei a noite de sexta pra sábado e fomos embora de Goiânia as 8h da matina. A viajem foi divertida e não conseguia apagar. Falei potoca a viagem toda. Almoçamos a beira do rio (diga-se de passagem estava num sol lindo e a paisagem era inspiradora) e fomos passar som. Aqui começa o que eu gostaria de comentar com vocês.

Primeiro a bateria. Pra quem me conhece bem sabe que eu sou meio aficionado por bateria. Não sei tocar, mas tenho um sonho que é de tocar bateria. Vivo fazendo batuques, com o dedo, pé, braço, caneta.. qualquer coisa. Bom e aí ligou o bumbo da batera: “TUM”... e veio um sorriso em mim que fazia tempo que não dava. Aquele sorriso de menino quando ganha o presente que pediu pro Papai Noel, sabe?

E assim foi, passamos todos o som, ficou tudo “no jeito” e fomos pro hotel descansar. Chegamos lá e o pessoal capotou, claro. Todo mundo estava cansado. Eu não consegui dormir. Tentei, mas não consegui. Não me sentia nervoso, com medo... nada disso. Me sentia apenas com vontade de subir lá e fazer logo. Eu estava com pressa! Queria que chegasse logo! Cadê os outros presentes Papai Noel? hehe

Chegamos lá pra tocar e aí tinha esperar pra entrar e aí decidi que queria um espaço pra mim. Falei pro pessoal que iria dormir dentro da van um pouco antes, já que não tinha dormido no hotel. E fui pra lá. Fiquei lá durante uma hora mais ou menos imaginando. Repassando o repertório, lembrando das notas, lembrando dos vídeos que falei antes, ouvindo o público chegar na festa. Ninguém ali estava pra ver a banda Justo! pois o foco era a festa e não a banda. Mas eu queria que eles saíssem de lá querendo ver de novo. Me conencentrei.

E assim nesse espírito tinha chegado a hora. Oração antes do show agradecendo por tudo que estava acontecendo. Alongamento. Aquecimento de voz e chegou a hora e PÁ! Me senti natural. Foi como se eu estivesse lá no meu quarto, das milhões de vezes que peguei meu violão qdo eu era mais novo e fingia que tinha um montão de gente na minha frente.

E graças a Deus a galera aprovou. O pessoal, ficou atento ao show. Via as pessoas lá no fundo com a mão levantada, cantando, dançando, deixando levar. A resposta que me deram não poderia ser melhor.

Não fui infalível claro. Dei várias escorregadas mesmo. E não me condeno por isso. Acho que pela primeira vez não deixei essas coisas me abalarem. Não deixei minhas falhas falarem mais alto do que meus acertos.
Talvez porque, essa foi a primeira vez que não tive como objetivo ser perfeito ou ser o melhor de todos. Meu objetivo era ser o melhor que eu poderia ser nesse momento da minha vida: com a pouca experiência de palco/público que tenho, com a pouca técnica vocal que tenho, com toda a timidez e auto-crítica que tenho... ou seja, mesmo com todos os meus defeitos tirar o melhor que eu (hoje) posso dar. E eu consegui!

Pode parecer uma coisa tão boba, tão pequena... Mas certamente pra mim não foi.

Mais uma vez obrigado ao pessoal de Barra do Garça/Aragarças/Ipor/Goiânia (tinha gente de Goiânia também) que estava lá, falou comigo depois, me deu a maior força.

OBRIGADO POR ESSA EXPERIÊNCIA MARAVILHOSA DE VIDA!


Cheers!

17 de jul. de 2009

Is this love?

E aí pessoal, beleza?

Clichê esse tema né? Também acho!
Mas é que essa semana escutei e presenciei algumas situações que me levaram a refletir muito sobre o que é o tal AMOR.

Ouvi essa semana que eu não sei o que é amar. Que um dia Deus iria me mostrar corretamente o que um amor sublime e abençoado é de verdade. Me disseram também que sou egoísta por não concordar com algumas coisas nesta forma de amar.

Acredito que amar não é nenhuma fórmula e assim como cada ser é único. Acredito que cada amor também pode ser único, de cada relacionamento, mas também...

... acredito que o amor seja um sentimento que sirva para engrandecer as pessoas do qual participam. Acredito que o amor traga paz a vida dessas pessoas. Que venha ajudar no caminho para a realização de sonhos. Acho que o amor não venha para mudar o sonho de alguém, venha justamente para dar mais alicerce para que o outro consiga seu sonho.

... acredito que o amor seja um sentimento desprovido de cobranças. Pra mim amor não é um sentimento que suga, mas um sentimento que acrescenta. Não digo que não possa ter algumas coisas que esperamos de quem amamos, mas creio que o amor nos faça entender o outro, mesmo quando o outro não pode corresponder suas vontades.

... acredito que o amor seja um sentimento acompanhado de equilíbrio. Que ele saiba quando se mostrar e também saiba se guardar para o momento certo.

... acredito que o amor seja um sentimento que deixe o outro respirar e que não exija 100% de companhia, que não exija dedicação exclusiva a este amor.

.. acredito que o amor seja um sentimento que sempre está acompanhado de confiança no outro. Não digo uma coisa, que ignore tudo. Mas que se baseie na premissa que a outra pessoa mereça sua confiança.

... acredito que o amor seja um sentimento que sempre está acompanhado de respeito. O respeito ao espaço do outro. Respeito ao direito do outro.

... acredito que o amor seja um sentimento que não seja voltado para ele mesmo, ou seja, que só pense nele mesmo. O amor se adapta, se acomoda, se ajeita ao ambiente. E mesmo que o amor seja rejeitado, ele não agride.

... acredito que o amor seja um sentimento completamente diferente de qualquer coisa que traga medo, angústia, aflição ou preocupação.

... acredito que o amor seja um sentimento completamente diferente de obsessão ou paixão, pois estes são sentimentos voláteis ou que remetem aos da frase acima.

... acredito que o amor seja um sentimento belo e que, quando é baseado nos valores, são apreciados e reconhecido pelas pessoas que o cercam, mesmo com as brigas e discordâncias eventuais (e normais) que um relacionamento passa.

Talvez eu não tenha tido sucesso com um amante. Talvez tenha cometido erros que levem as pessoas a achar que eu não sei o que é amar ou o que é o amor “abençoado por Deus e bonito por natureza”.

Mas, mesmo assim, eu acredito que eu saiba identificar o amor. Saiba o que esperar dele. Saiba o que ele pode trazer e o mais importante eu acredito NO AMOR.

Cheers!

Grande observação: às vezes vocês podem pensar que tenha sido uma mulher que teria falado isso. Ou alguém nervoso, no meio de uma discussão acalorada aquela coisa de momento. Mas não... foi dito por um grande colega fora de discussão ou qualquer desentendimento.

Cheers²!

3 de jul. de 2009

De dentro pra fora...

"Todos pensam em deixar um mundo melhor para nossos filhos. Mas quando iremos pensar em deixar filhos melhores para nosso mundo?"

Recebi um email com essa frase e pirei. Não é que é verdade?

Temos tentado mudar nosso mundo. Mudar o que está sendo feito hoje, mudar as pessoas socialmente ativas hoje para que no futuro nossos filhos tenham um lugar melhor.

Mas nisso, muitas vezes esquecemos de tentar que nosso filhos sejam diferentes. Que a grande mudança começa dentro de casa. Que a mudança tem que acontecer de dentro pra fora.

Mas, o que vai adiantar o mundo estar melhor e a proxima geração estiver com os mesmos pensamentos de hoje?

NADA!

É uma super proteção as crianças que elas crescem achando que podem tudo. Ninguem pode "danar" com o filho do outro quando ele faz algo de errado. Notas baixas na escola são culpa do professor ou da escola, nunca culpa da criança. Se o muleque apronta é normal, não pode brigar e não pode também ensinar nada. Temos que preservar pra que o indivíduo não cresça com "opressão" e acabamos criando a libertinagem na cabeça da nova geração que acha normal aos 8 anos pegar no "peitinho" da colega, ou acessar site de pornografia pesada na internet ou enganar ou bater no colega..

Lembro que antigamente tinhamos respeito e temámos nossos pais. Já imaginou quanta coisa você deixaria de fazer se seus pais estivessem por perto? Hoje não existe isso. Por que se o pai/mãe briga está errado! É opressão!

Não me entenda mal... Não estou defendendo bater, rigidez ou brutalidade. Não!
O que defendo é que é importante que se COBRAR e ENSINAR que na vida existem VALORES como RESPEITO, DIGNIDADE, CARÁTER, DECÊNCIA, HONESTIDADE, etc.

Valores que a cada dia que passa exaltamos que estão acabando, mas que em contrapartida quase nunca nos lembramos de passar pra nossos filhos e crianças.

CHEERS!

1 de jul. de 2009

R.I.P. Michael Jackson

Bom.. demorei pra escrever de novo! Droga.. E além disso vou estar escrevendo sobre um assunto já velho (numa época onde a notícia fica velha em menos de 1 dia).

Eu sou fã do Michael Jackson. Não pensei em nada específico e nem quero ficar falando de dados específicos, da vida, das polêmicas, etc. Vou apenas passear por pensamentos que tive ao refletir a vida e as coisas que ele conseguiu e como eu acho que isso o influenciou de alguma forma.

Mas tem uma coisa que eu tenho certeza (e não é que ele é um ET hehe): Michael não era normal. E não falo pela sua criatividade, nem pelas polêmicas, não por isso. As idéias, as regras, os conceitos eram totalmente diferentes. Falo apenas pelo que eu posso imaginar que ele tenha vivido. Uma pessoa que vive 50 anos sendo 45 desses em carreira artística, ou seja, na exposição máxima, não pode ser normal. Não podemos pensar no Michael com o nosso pensamento, levando em conta nossos valores. Você já se imaginou no lugar dele?

Então vamos lá:

Você nasce. Aos 5 anos seu pai monta uma banda juntamente com seus irmãos. Mesmo você com 5 anos ele te coloca com o “Front-man”, ou seja, o líder de um grupo. Seu pai é um homem muito rígido e que deseja ganhar um money com seus filhos. Para isso ele não mede esforços e chega a bater (não é tapinha nem surra de varinha) exigindo que você seja excelente. E você passa a sua infância e adolescência assim: no mundo dos negócios e show business. Ter amiguinhos, escola, jogar um vídeo-game, bete, pelada, escorregar, cair, quebrar um dente... Não rola. Você passa toda ela viajando, fazendo shows e cumprindo compromissos, precisando sempre provar que é o bom. Não só para qualquer um, mas para o seu pai.
E aí quando você cresce você decide sair em carreira solo, porque você já começa a criar uma independência.

Parênteses: Aí que a coisa fica pesada. Lembra que quando você realiza um bom trabalho e é reconhecido, você fica contente e feliz. Certo? Não Mesmo que “só pra você” você fica com aquela sensação de “Eu sou bom nisso?” Certo?

Tá. Depois de toda essa infância perdida, sem saber o que é uma infância normal e sendo exigido a todo momento você continua. Então você “rala”, compõe, produz e lança o disco mais vendido no Planeta Terra em todos os tempos. Já imaginou você sendo essa pessoa? Junto a isso você revoluciona a indústria dos vídeo-clipes fazendo deles uma forma de “contextualizar” e até criar curtas metragens em cima das músicas. Ou seja, cria uma nova forma de expressão pra música. E claro, num rampejo de criatividade você também monta passos de dança que seriam reproduzidos, imitados por gerações. Você também (claro) é aclamado, tem milhões de fãs dispostos a dizer a você a qualquer momento o quanto você os inspira e o quanto eles gostam do que você faz. E lembre-se, tudo isso que você fez é numa época onde negros eram bastante discriminados dentro e fora do seu país. E você é negro.

Visualizou? Como isso entraria na sua cabeça? Bom, eu não sei como entraria na sua nem na minha. Mas é de se esperar que é muita coisa pra uma pessoa sem pouca preparação e que não conhece outro tipo de valores na vida. Michael não teve em nenhum momento o gosto do comum. O gosto de ser anônimo. O gosto de ser o menino Michael e não o Rei do Pop. Ele não teve a chance de “desencarnar” o personagem. Ele era o personagem Michael. Ele era aquele cara que se transforma em zumbi, que sobre em prédios, que voa, que no fim, pode TUDO.

Talvez por isso quando pode montou um parque de diversões pra ele morar. Talvez por isso gostasse de dormir com crianças e não achava isso uma coisa errada. Por isso talvez achava normal pegar um bebe e colocar na sacada. Talvez por isso era hipocondríaco e não admitia ficar doente. Talvez por isso resolveu desistir de combater o Vitiligo e ficar branco de vez ao invés de tentar se manter negro. Talvez por isso ficava dentro da sua casa o tempo inteiro, protegido por centenas de empregados, empresários, assistentes, etc.

Talvez ele tenha morrido sem saber quem era realmente Michael Jackson, pessoa.

A muito tempo ele não lançava nada, não criava nada. Mesmo assim, é ruim e triste saber quando alguém você admira não está mais entre nós. Que a energia que tanta gente recebeu e absorveu dele por tanto tempo não está mais irradiando por aqui.

R.I.P Michael Jackson